Artigo

A História Contada num Capítulo - Parte V

Chegaram ao piso de cima daquele prédio, e sentaram-se à volta de uma mesa meia oval, acastanhada, situada junto a uma janela ampla, no fundo de um corredor comprido. Os raios de Sol entravam pela janela, uma janela parecida com a que todos os dias o rapaz abre para ver a Lua no seu quarto. No entanto havia outra semelhança naquele ambiente, senti todas as luzes quentes que se fizeram sentir no quarto do rapaz quando ele tinha aberto a caixa de cartão. Mas ele não estava no quarto.

Junto a essa janela havia uma planta, a planta que simboliza a árvore da vida que todos os dias aquele rapaz vê do seu quarto.

Eram quase 13:16 minutos, hora que o relógio marcava quando ambos subiram as escadas e de seguida sentaram-se.

Estiveram a conversar, a olhar um para o outro.

Havia momentos em que tudo era novo para ambos, e ficavam a olhar um para o outro.

Ele disse-lhe que “um olhar valia mais do que mil palavras” e que gostava de “estar ali, apenas a olhar para ti”. Ela pedia-lhe para ele “não olhar assim” para ela, mas ele continuava, porque não conseguia resistir, era algo que começava a não conseguir controlar.

No meio de um desses momentos apareceu uma professora, muito simpática, com um sorriso na cara, atenciosa, mas não tanto como aquela rapariga, a professora mais simpática que aquele rapaz já conheceu.

Ela talvez se apercebeu do que se passava ali, até perguntou à rapariga quem era o rapaz. Quem não ia perceber o olhar de apaixonado que estava estampado naquele rapaz, desde o primeiro momento?

Ela sabia o nome daquela rapariga há mais tempo do que o rapaz, que apenas tinha sabido há pouco tempo, talvez uma semana, mas sabia que começava pela letra mais linda do alfabeto. Talvez a professora não sabia desse pormenor, mas talvez também desconfiava.

Ambos estiveram a falar dos cursos que o rapaz estava a fazer naquele ano, “Mais do que um?”, só de tolos, mas de certeza não tinha ar de estar a fazer um curso de letras. Ou tinha? Para escrever basta juntar amor, um papel, e uma caneta. A professora de certeza sabia que afinal ele tirava três cursos quando o viu, e sentiu toda a magia do amor nos seus olhos. Aquela história seria uma história diferente das outras, que já foram contadas.

De modo que estiveram a falar algum tempo. Aquele ambiente tinha de ser vivido apenas a dois, ela leu algures ali, como em mil textos de amor que já interpretou aos seus alunos. Teve que se ir embora, mas antes pediu à rapariga para não se esquecer de fazer uma coisa. Foi ali que soube que ela era delegada.

Depois da professora simpática ir embora ainda estiveram a falar durante algum tempo, sozinhos, sem preocupações, sem receios de viver o momento a sós.

Ela contava-lhe…

13 JAN, 2017 0

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